segunda-feira, 19 de novembro de 2012


Olá, pessoal!
Hoje, vamos falar da Proclamação da República brasileira.
A palavra república vem do latim, res pública e significa coisa pública. É a forma de governo onde um representante eleito pelo povo, é responsável por cuidar dos interesses e necessidades da população de um modo geral.
Aqui no Brasil, a Proclamação da República aconteceu em 15 de Novembro 1889, devido a diversos fatores sociais, políticos e econômicos daquele momento (Independência, Abolição da escravatura, processo de industrialização etc.), que proporcionaram descontentamento nas várias camadas da sociedade, desde os grandes produtores rurais, principalmente do interior de São Paulo, que sentiram-se prejudicados pelo “fim da escravidão”, base da sustentação produtiva; o exército, desejoso de uma forma de governo na qual pudesse exercer o poder sobre as diretrizes do país, assim como a classe média, que também queria sua participação nas decisões sobre os rumos sociais e econômicos do país, ou seja, queria usufruir das vantagens da nova ordem econômica mundial.
A questão que se impõe é: Qual foi a participação popular nesse que seria um momento histórico para todos(as) os brasileiros(as)?
Pode-se inferir que os interesses das classes populares não estavam presentes nos ideais republicanos, na prática. E a tão propalada República evidenciou a união de diferentes partes interessadas em ter o controle das principais decisões, apesar dos conflitos existentes entre elas, a fim de garantir sua permanência de modo lucrativo econômica e politicamente.
Desse modo, pode-se dizer que a República resultou em pactos entre representantes ativos da classe média e do setor mais dinâmico da classe senhorial. Não houve mudanças significativas na vida de boa parte da população brasileira. Aliás, como escreveu o historiador Leôncio Basbaum, uma das principais características da República no Brasil foi a absoluta ausência de participação popular.
Refletir sobre o início do regime republicano brasileiro exige de nós a compreensão da combinação de vários fatores e interesses. É preciso examinar o episódio relativizando a noção do herói anunciador da República, na figura do Marechal Deodoro da Fonseca.
No grito da dita Proclamação há muitas contingências que nos exigem pesquisa, sobretudo para entender por que as classes populares continuavam na execução e sem participação nos espaços de formulação das coisas.
Mas, embora proclamada sem a iniciativa da maioria da população, as ideias republicanas causaram entusiasmo às camadas populares, pois suscitavam possibilidades de participação; participação ainda hoje tão sonhada. Parafraseando o historiador chamado José Murilo de Carvalho, deixamos a seguinte provocação: “A República que ainda não foi…”

Referências:
BASBAUM, Leôncio. História Sincera da República. São Paulo, Alfa-Omega, 1975-76.
CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia da Letras, 1987.
COSTA, Emília Viotti da Costa. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999.

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